Só para deixar claro, eu não estava pedindo. Eu estava sendo gentil.” — BAUER, Jack
Quando a oitava — e até então, última — temporada de 24 Horas chegou ao fim em maio de 2010, um misto de tristeza e alívio tomou conta dos fãs.
A tristeza, obviamente, pelo fim de uma das séries que revolucionaram o jeito de fazer TV no início do novo milênio, com o desafio de contar uma história que envolvia terrorismo num mundo pós 11 de setembro.
Já o alívio fica por conta dos roteiros sofríveis das últimas temporadas, especialmente, as sétima e oitava, que trocaram Los Angeles por Washington e Nova Iorque, respectivamente, na esperança de que um novo cenário pudesse encobrir as armadilhas da longevidade. Não conseguiram…
Porém, mal a série terminou e começou aquela velha história de levá-la pro cinema — um papo que rola com muitos seriados, mas que se concretizou com Sex and the City e Veronica Mars (que eu me lembre na história recente).

Quatro anos de muitos rumores e poucas notícias, a Fox finalmente resolveu tirar Jack da aposentadoria em formato de “limited event television series”, a velha e boa minissérie.
Não estamos aqui para enganar ninguém: 24: Live Another Day não é a melhor temporada da série. Estão lá todos os clichês, as viradas de roteiro quase tão bem cronometradas quanto o relógio de Jack Bauer, os mesmos vilões estereotipados (do Oriente Médio, da China e da Rússia, todos de uma vez só, neste caso).
Mas está lá também Jack Bauer, o cara que não larga o osso, que vai até o fim para fazer o que acha ser certo — mesmo quando ele está defendendo seus próprios algozes, aqueles que estão o perseguindo há quatro anos.
Além de trazer o herói de volta em boa forma, o maior mérito desse novo dia é inserir, ao menos, uma personagem cativante, algo complicado para produção, já que o foco sempre foi (e continua sendo) no personagem do astro Kiefer Sutherland.
Talvez o carisma da atriz Yvonne Strahovski tenha ajudado, mas o fato é que ela caiu como uma luva como a agente Kate Morgan que, de perseguidora, rapidamente, se transforma em parceira de Jack. Aliás, mais do que isso, ela é praticamente um “Jack de saias”, com o mesmo desrespeito pelas regras e “jeitinhos” para atingir seus objetivos. Amor a primeira vista!

Com o novo formato, lá se foi a necessidade de preencher 24 horas, o que deixou o roteiro mais enxuto. A escolha de Londres, por outro lado, deu um frescor à trama e foi muito legal ver rostos conhecidos de volta, em especial o de Chloe, apesar de achar que ela está um pouco velha para aquele figurino e maquiagem.
Claro que a série não tem mais o mesmo impacto e relevância de antes, os tempos são outros… Porém, vale a pena matar saudade de Jack Bauer para, no mínimo, constatar que, perto da vida dele, a nossa é uma maravilha!
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