Jimmy pode não ser um grande herói, mas sabe bem como salvar a própria pele.
Se eu fosse uma pessoa melhor, não só pararia de decepcioná-lo… Como pararia de me decepcionar”– MCGILL, Jimmy.
O episódio começa com uma visita desagradável ao passado de Jimmy, um momento específico em que ele depende de Chuck para se safar da prisão. O ocorrido nos mostra que ele nem sempre foi o advogado que vemos hoje e que, talvez, seu irmão tenha motivos de sobra para desconfiar de tudo que ele faz. É provável que ao longo do tempo Better Call Saul nos conte a trajetória de seu protagonista, mas já dá para prever que a vida de Jimmy, da juventude ao ponto atual, foi bastante turbulenta.
Após a única aparição de Chuck em Nacho, o que é quase um alívio, voltamos à atualidade e ao conflito interno que Jimmy está vivendo: ele continua com raiva dos Kettleman por eles terem preferido o HMM, mas também está preocupado com a segurança deles por causa do tom da conversa que teve com Nacho em Filho. Ele sabe que não tem como dar um jeito em tudo, mas o lado humano dele — que sempre fala mais alto — vence novamente e a atitude que ele toma para “despiorar” a situação acaba colocando-o numa sinuca de bico pior ainda.
Os Kettleman estão desaparecidos, Nacho (agora cliente de Jimmy, para fechar o pacote) está sob custódia acusado de ter sumido com a família e o HMM o pressionando, pois Kim conhece o amigo que tem e sabe que Jimmy meteu o dedo no caso, de uma forma ou de outra. Aliás, eles tiveram alguma coisa no passado, com certeza! Ainda não ficou claro, mas a relação dos dois parece ter, ao mesmo tempo, muita cumplicidade e uns toques de sensibilidade.
Antes de descobrir que é o novo advogado de Nacho, Jimmy faz uma sequência de cenas em que aguarda o retorno de suas ligações e a angústia do personagem atravessa a tela e ataca a gente, as expressões dele transmitem sua ansiedade perfeitamente. E nada disso é à toa, pois Jimmy tem culpa no cartório: fez a denúncia anônima para os Kettleman e Nacho está irritadíssimo com ele, mas pelo motivo errado. Isso é ruim, porque ele está se envolvendo cada vez mais com uma pessoa extremamente perigosa, mas também é bom, porque ele consegue manter segredo sobre ter feito a denúncia anônima.
Apesar de todo o enrosco, Jimmy conseguiu equilibrar todos os pratos simultaneamente e Kim lhe dá um voto de confiança, mais um indicio do que pressupomos sobre o passado dos dois e o deixa a par e inserido na investigação do desaparecimento dos Kettleman. Contar que foi o denunciante torna-se inevitável para que Jimmy, que está louco para resolver essa questão logo e se safar (sem a ajuda de Chuck, ok?), consiga dar continuidade à busca de forma realista, ou seja, considerando que os pirados dos Kettleman se sequestraram.
Quem assiste sabe o nível de insanidade e, ao mesmo tempo, de tolice do casal. Forjar o próprio desaparecimento é a saída menos criativa e mais fácil — dada a denúncia e o fato de que viram Nacho vigiando a casa por dias seguidos. Jimmy entende e conhece os instintos humanos, ele se diferencia justamente por ser capaz de pensar como o outro, e isso (mais uma ajudinha extra do cérebro de Mike) o leva à conclusão de todo o caso.
Contrariando todas as expectativas, Jimmy segue sua intuição e encontra os Kettleman acampados na floresta próxima a casa deles e, de lambuja, uma mala forrada de dinheiro que incrimina ainda mais o casal. Para o próximo episódio fica a incerteza de como ficará a situação dos Ketlleman e a relação de Jimmy com eles e, mais importante, com Nacho.
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