Este é um corpo de bombeiros. Não em uma parte do tempo. Não para algumas chamadas. Qualquer homem que passa naquela porta, precisa estar pronto. Se não, ele estará andando em outra direção.” — Wallace Boden
Chicago Fire está pegando fogo. Rear view mirror foi uma outro excelente episódio, justificando a NBC ter encomendado a temporada completa do seriado sobre o corpo de bombeiros de Chicago. Contudo, os roteiros deixam cada vez mais claro que os heróis do fogo são usados como alegorias do comportamento humano, fazendo um interessante estudo sobre a personalidade de cada um.
Casey novamente foi o destaque do episódio, dividindo os holofotes com a paramédica Gabriela.
O tenente continua com seus problemas com o policial corrupto Voight. Jesse Spencer continua se superando. Seu Casey estava em situação tão desesperadora, lutando contra o medo de sua noiva sobre o que poderia acontecer e reafirmando seu posicionamento moral e ético. O tenente quase perde a cabeça e, aqui, entra a sagacidade do Comandante Wallace Boden. A cada episódio, o chefe mostra-se um dos personagens mais bem construídos do show. Que homem centrado!
Boden é colocado em oposição a Casey, justamente para ponderar como este último ainda tem muito a aprender. Perdendo a cabeça, arriscando vidas, deixando que problemas pessoas interfiram em sua profissão. Boden foi um grande mentor e Casey aprendeu a lição da paciência. Como prêmio, a amizade dele com Severide mostrou indícios de que voltará a ser forte.

Nesse jogo de gato e rato, o tenente pode até ter vencido a primeira batalha e mandado Voight para a cadeia. Todavia, é bom ficar de olhos bem abertos. Voight é o tipo de personagem que não se deve subestimar e Casey deveria saber disso. Comemorar agora é ser um pouco precipitado.
Gabriela foi julgada pelas suas violações da lei médica que acabaram salvando a vida de uma garota. Mais uma vez, sua atitude firme teve destaque ao colocá-la salvando mais duas vítimas. Estranho pensar que, mesmo que seja para salvar vida, a paramédica não poderia desrespeitar os tais protocolos. Chicago Fire acerta ao mostrar que o mais importante é impedir mortes. Neste caso, os fins justificariam os meios.
Ela e Casey se aproximam bastante nesse sexto episódio. O contraste dela com Halie é brutal. Esse sangue heroico que corre nas veias da paramédica opõem-se à fragilidade demonstrada pela médica (como ela ficou desestruturada durante a cena em que encontra cocaína “plantada” em casa para acusarem Casey). Por mais interessante que Gabriela seja como muher e profissional, parece que Casey continua preferindo Halie. A cena final, muito triste por sinal, deixou bem claro isso.
Elogios à edição que soube mesclar muito bem os momentos de tensão durante o incêndio no prédio. Por mais que nada de muito grave fosse acontecer a Casey, soube trabalhar muito bem com o suspense. Os efeitos, mais uma vez, agradaram demais pelo impressionante realismo. É como estar, de fato, dentro das labaredas.
Quase não houveram alívios cômicos desta vez, justamente pela seriedade do episódio, com o desenrolar de acontecimentos muito importantes para o desenvolvimento da série. O único mais memorável foi Severide pedir para Leslie perguntar para Mills sobre a irmã do novato.
O garotinho loiro da bicicleta que olhava com curiosidade para o prédio em chamas ganhou a atenção de Boden e do espectador. Teria sido ele o causador do incêndio? Como os roteiristas não deixam claro, fica possivelmente um gancho para uma história futura.
Um passo de cada vez. Chicago Fire tem caminhado dessa maneira e tem conseguido firmar-se como um dos grandes acertos da fall season.
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