Vou ser julgada pelos meus esforços no trabalhou ou atrás do fogão?” — JONES, Rebecca.
O mês de março geralmente guarda uma reflexão maior sobre o papel da mulher, impulsionada pelo Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 08. De uma maneira bastante peculiar, Chicago Fire trouxe uma discussão oportuna neste episódio na figura de Rebecca Jones, a mais nova integrante da Brigada 51.
Por ser disléxica, Jones acabou colando na prova escrita de admissão. Porém, saiu-se muito bem superando Gabriela Dawson nas avaliações de aptidão física. Apesar de ser filha de um importante oficial de Chicago, Jones conquistou seu espaço por próprios méritos.
Ser designada um ambiente tipicamente masculino causaria ansiedade em qualquer mulher. Ela se esforçaria ao máximo para integrar-se rapidamente e sobrepujar a questão sexual fazendo valer seus méritos. Tanto que Jones aborda uma tática ofensiva, permeada de brincadeiras e tiradas tipicamente do universo masculino.

Como era de se esperar, os bombeiros veteranos não encararam muito bem essa mulher falastrona. O primeiro conselho que recebeu foi manter sua boca fechada. Mas isso é pedir demais para Jones, o que ocasionou problemas com a maioria do Batalhão. O mais enérgico foi Casey, que fazia questão de rebaixar Jones em qualquer oportunidade. Cruz também não ficou atrás dando aplausos irônicos para Jones diante de um erro da novata. Hermman também se doeu quando foi superado por ela em uma designação.
Por mais que se argumente que é exatamente este o tratamento dado a um novato, com Mills não foi tão pesado. Apenas por Jones ser mulher, predicativos como “desobediente” e “exibida” foram usados para defini-a Jones e mascarar certo machismo presente entre os demais bombeiros.
Não havia dúvidas que, até o fim do episódio, Jones provaria ser mais que a filha de um poderoso oficial e mais que uma representante do sexo frágil. Em um incêndio, ela mostrou seu valor e evidenciou ser tão capaz quanto qualquer um dos meninos.
Gabriela é que está toda doída. Culpa indiretamente Jones pelo seu fracasso na escola para bombeiros. Porém, o que Dawson não pode se esquecer é que não atingir a meta necessária para ser aceita dependeu apenas dela. Agora, tudo é motivo para se vitimizar e colocar Casey como feliz por ela não ter passado. Sinceramente, a atitude infantil da paramédica começa a irritar.
A impunidade é revoltante em qualquer lugar. Depois da irmã ter sido violentada sexualmente, Kelly Severide teve que aguentar ver o agressor Vince Keeler escapar impunimente graças a um acordo. O que mais irrita é que Keeler não consegue, simplesmente, ficar em seu canto. Ele precisa esfregar na cara dos outros que saiu ileso.
Severide não tem sangue de barata e reuniu um grupo de amigos para darem um jeito em Keeler. Clarke, sempre ele, incluído. Até Otis ofereceu-se para participar. No entanto, a detetive Erin Lindsay alertou que teria que tomar alguma medida mais severa contra Severide e sua turma caso fizessem algo. E não é que Keeler desapareceu? Resta saber se a turma de Severide tem, de falto, algum envolvimento no caso. Não seria ruim se eles tivessem buscado justiça.
A trama com pretensão cômica envolvendo Mouch, a assistente Connie e um sofá não empolgaram e renderam um plot totalmente desnecessário e sem propósito.
Um episódio com bastante guerra dos sexos, mas que não foi capaz de tirá-lo da mornidão. O desejo que o próximo volte a colocar Chicago Fire no patamar de qualidade que vinha demonstrando até então.
PS: perceberam que o site oficial da atração deu uma modificada na interface? Dá só uma conferida em como ficou bacana.
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