Dawson, não deixe nada ficar no seu caminho” — JONES, Rebecca.
Este talvez tenha sido o episódio mais difícil de assistir em duas temporadas de Chicago Fire. Lidar com o suicídio de Rebecca Jones não foi uma tarefa das mais simples, nem para os espectadores, nem para os personagens do seriado.
Rebecca Jones não era necessariamente a mais cativante das personagens. Não tinha o carisma de um Kelly Severide ou a força emocional de um Matthew Casey. No entanto, aos poucos, sua luta e determinação para se tornar um bombeira a despeito de que seu pai desejava fez com que o espectador se mostrasse simpático à sua causa.
O episódio se debruçou sobre a dor da perda e as tentativas de compreender as razões que levaram Jones a dar cabo de sua própria vida. Focou em como cada personagem lidou com os sentimentos de uma morte tão estúpida. A culpa, as acusações, o peso na consciência.

É compreensível que Peter Mills tenha ficado tão abalado e atribuído aos demais colegas parcela da culpa. Quando Rebecca chegou ao Batalhão, não recebeu o mais favorável dos tratamentos. Seria apenas a forma de recepcionar os novatos ou uma implicância gratuita com Jones? Rebecca parecia ter superado as brincadeiras, mas nunca se sabe como essas afetaram seu emocional.
Clarke, que ficou desaparecido por alguns episódios e voltou nesse só para comunicar que se tornou tenente em outro batalhão, fez uma contribuição importante. Ao trabalhar com um irmão de Rebecca, revelou que a jovem sofria de depressão. Se os colegas do Batalhão 51 soubessem disso o tratamento seria outro?
Kelly Severide sentiu a pressão de não poder ter feito nado por Rebecca Jones e decidiu concentrar toda sua energia em resgatar Bloom, o ex-bombeiro de Denver. A saída de ajudar alguém que não deseja ser ajudado é convencê-lo do quão especial é e de que sempre há uma nova forma de se conduzir a vida. As lágrimas não foram apenas nos olhos dos personagens quando os antigos colegas de trabalharam surgiram para reafirmar o apoio a Bloom.
Porém, a mais afetada pela morte de Jones é, sem dúvida, Gabriela Dawson. A rivalidade inicial foi substituída por uma empatia única. Afinal, ambas desejavam ser bombeiras. E foi a ela que Jones dirigiu suas últimas palavras. Imagine o peso que isso é colocado nos ombros de qualquer pessoa? A explosão de Dawson diante dos colegas foi o desabafo de todos ali. E o confronto dela com o pai de Jones revelou que o Comandante não era, necessariamente, o carrasco que todos imaginavam.
A busca pelo apartamento e o futuro pedido de casamento por parte de Casey, foram ofuscados pela angústia latente em Gabriela. A cada segundo do episódio, a vontade era de tomá-la nos braços e dizer que tudo ficaria bem, mesmo sabendo que no fim das contas a vida é exatamente assim.
O bilhete de Jones não foi apenas para Gabriela. Foi para todos que acompanham Chicago Fire.
Trabalhamos em um emprego perigoso. Todos sabem disso quando entramos. Um bombeiro morre a trabalho, todos ficamos chocados. Nossos corações se partem, mas em algum lugar da mente, estamos nos preparando para essa possibilidade. Mas um bombeiro tirar sua própria vida? Essa não é uma eventualidade que podemos esperar” — BODEN, Wallace.
PS: Vocês acompanham Chicago PD? Os próximos episódios das duas séries serão um crossover. O que é muito bom, já que muitas coisas têm acontecido em Chicago PD e que nem são mencionadas em Chicago Fire. Um exemplo disso é o relacionamento de Kelly Severide com a detetive Erin Lindsay. Se relacionamentos a distância são complicados, imagine namorar alguém que não está na mesma série que a sua!
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