– Em meados do século XXI a humanidade começa a ocupar as estrelas. Espalhe-se pela galáxia para todos os cantos do universo. E isso, permanece até o fim do tempo. (…) E ele olhou para lá, na escuridão e viu algo bonito, maravilhoso, que pela primeira vez não quis destruir e naquele momento todo o curso da historia mudou”. WHO, Doctor.
Devo dizer que está surpreendente a alta qualidade dos episódios desta atual oitava temporada e Kill The Moon não foi exceção, trazendo mais uma vez um episódio cheio de ação com uma linda fotografia e metaforicamente, discutindo tabus de nossa atual sociedade travestido de ficção cientifica. E é isso que eu mais amo neste show.
Escrito por Peter Harnes, — segundo boatos através de um rascunho de ideias de Matt Smith, a 11º encarnação do Doutor -, começamos a projeção com Clara preocupada com os eventos do último episódio, The Caretaker ,- que você pode ler a review aqui — e como isso afetou a problemática aluna Courtney Woods, que agora alega ser especial. E de fato a presença repentina desta personagem me incomodava, pois não saberia como ela se encaixaria na historia toda, e creio que sua participação neste oitava temporada não termine por aqui.
Assim, O Doutor, Clara e Courtney vão visitar a Lua, levados pela TARDIS naquele típico plot, “não é onde você quer, mas onde precisar estar” e assim, acabamos na Lua em 2049, que esta desmoronado, afetando todo o biossistema terrestre.

A direção de Paul Wilmshurst não chega a ser original, mas é bem elaborada ao trazer elementos de luz, fotografia e de quadros que muito nos lembram as obras de Ridley Scott como Alien: O Oitavo Passageiro e Prometheus, com direito a seres aracnídeos pulando na cara e tudo.
Reparem como os raios solares iluminam uma parte da superfície lunar e a outra não, ou como estes mesmos raios refletem nos capacetes dos trajes espaciais, refletindo por muitas vezes somente o sol e o vácuo, e em outras um vislumbre da superfície lunar, ou como as sombras se movimentam conforme os atores caminham em uma Lua com gravidade, trazendo a sensação de veracidade necessária, tornando mais rico o episódio.
O elemento surpresa aqui vem em revelar que na verdade a Lua não te traiu e é um grande ovo de uma criatura alienígena nunca vista no universo, levando o roteiro a um embate metafórico sobre o aborto e é neste ponto, primeiramente, que a presença de Courtney Woods se faz essencial, já que junto com sua professora Clara, ambas decidem o embate de toda discussão. É importante analisarmos também que a presença de Woods se faz essencial em um segundo ponto, o de mostrar para Clara o quão perigoso, é de fato, suas viagens com o Doutor.
Nota necessária para o humor acido de Peter Capaldi brincando com o ió-ió, referencia a sua 4º encarnação, vivida por Tom Baker e Courtney tirando fotos da Lua e postando no Tumblr.
O Roteiro nós apresenta também uma nova característica da atual encarnação do Doutor, que tão diferente das suas 10º e 11º encarnações, ao perceber que ele esta em um ponto fixo no tempo decide não interferir e deixa a própria humanidade decidir o seu futuro, o que nos leva para uma nova situação nesta nova era, o rompimento do Doutor e sua companion, que por decisão da Clara, que finalmente percebe como as viagens pelo tempo e espaço são perigosas e mortais, leva a ver que o Doutor nem sempre é um herói ou um bom homem.
E esta é o um dos grandes motores psicológicos dessa nova encarnação, descobrir se ele é de fato um bom homem. E você leitor, o que achou desse rompimento?
Confiram a baixo a promo do próximo episódio.
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