– A esperança é uma provocação feita para impedir que aceitamos a realidade” CRAWLEY, Lady Violet.
Chegamos à metade da temporada e não há dúvidas que este episódio foi melhor que o anterior em desenvolvimento de roteiro. Alguns plots avançaram, outros deram uma inesperada reviravolta, porém a grande joia da cora, ou neste caso, o grande ovo de Fabergé é o avanço do plano histórico, que de forma mais explicita — ou nas entrelinhas — influencia a vida de todos em Downton Abbey.
E o que há de melhor que uma antiga paixão para mostrar a cruel face da realidade? Foi assim que Lady Violet, ao reencontrar o Príncipe russo Kuragin, finalmente percebeu que o tempo avança com maior rapidez a cada dia.
Kuragin não é mais príncipe, não é mais nobre e não possui títulos, não depois da Revolução de 1917 que derrubou o governo absolutista do Czar Nicolau II e levou ao poder o partido Bolchevique, liderado por Lênin, criando assim a União Soviética. E tal qual o mito da princesa desaparecida Anastácia, a esposa e princesa de Kuragin também esta desaparecida, para surpresa da Condessa Viúva de Grantham.

Os jogos de diálogos entrem os dois personagens são incríveis de se analisarem, Lord Kuragin com amargura é a representação de um modelo monárquico falido e do outro lado, Lady Violet representando um modelo monárquico que se recusa a seguir adiante, mas que por necessidade de sobrevivência, adere às novas politicas e com muito contragosto.
E novas politicas serão sim aderidas pelos mais jovens, Lady Mary que tinha escolhido Lord Gillingham, não mais o quer, — e ao que parece Gillingham não aceitará essas decisão de bom grado -, a mesma ainda não esta certa se ele é o eleito, ainda mais depois de um encontro repentino com Charles Blake, que visivelmente não esqueceu Mary, mas seguiu adiante com a vida e já esta noivo de outra.
Porém quem não seguiu foi Lady Edith que sem o aval e a desaprovação da Sra. Drewe não consegue mais se aproximar de sua filha, a pequena Marygold, e com noticias sobre o suposto desaparecimento de Michael a personagem parece estagnar em seu sofrimento. Fato é que Michael foi para Alemanha e sumiu, aqui somos notificados que Michael teve um conflito com um grupo extremista. Analisemos que aqui o Partido Nazista já existia — criado em 1919 — assim como o modelo fascista na Itália — criado em 1922 — que vem ganhando força, para que em 1939 se inicie a Grande Segunda Guerra Mundial, e surpresa grata será se neste interim Michael estiver vivo. Torcemos!
Thomas também estagnou em seu sofrimento, e agora sem Jimmy por perto, que trazia o que o personagem possui de mais terno, e com seus planos de ascensão atrapalhados, o mesmo se entregou as drogas. Notem que Sra. Baxter acha que ele este doente. Sim, ele está, e ao que parece sua doença é a morfina. A metáfora perfeita para aplacar seu sofrimento.
Alguns momentos desse episódio devem ser citados, como o Sr. Mosley e as conversas entre Violet e Isobel como alívio cômico, que são sempre bem-vindas e trazem um leve frescor ao episodio.
Já as outras sub-tramas tiveram poucas evoluções e que devem ganhar mais destaques nos próximos episódios, como o novo idealismo de Daisy, o flerte entre Cora e Simon, o arrendamento agrário de Downton para casas populares, os conflitos internos de Tom e o resposta de Isobel ao inesperado pedido de Sr. Merton, afinal nos, espectadores, necessitamos de mais emoções e por que não, mais ações.
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