Os personagens de Fear the Walking Dead continuam mergulhados na falsa normalidade.
É seguro dentro da cerca. Fora dela, tudo está morto. Todos se foram.” — MANAWA, Chris.
Depois de todo o caos retratado nos dois episódios anteriores, é até estranha a sensação de proteção e tranquilidade que se tem em Not Fade Away. As coisas parecem tão exatamente onde deveriam estar e os esquemas de segurança do exército parecem tão bem estruturados, que nos perguntamos como, de repente, tudo saiu do controle (e pelo andar da carruagem, talvez essa resposta fique para a segunda temporada).
Cada personagem procura se encaixar dentro da nova rotina, e isso coloca alguns deles em colisão, como o casal Travis e Madison. Ela, claramente desconfiada de tudo o que está acontecendo, enquanto ele confiando demais em um futuro promissor. Essa dinâmica já foi a abordada em The Walking Dead, com resultados catastróficos para o grupo.
Embora não faltem recursos, ainda, a sobrevivência já é um tema abordado aqui. Porém, em vez de alimento e abrigo, cada personagem busca adaptar sua sanidade mental ao que está acontecendo. Uns, querem satisfazer sua curiosidade (o que aproxima Madison e Chris). Enquanto Nick alimenta o próprio vício, Alicia alimenta as próprias memórias, Liza procura seu espaço naquela família, ao voltar-se para fora, ajudando os demais e Travis, tenta manter de pé a esperança.

A família Salazar é um conjunto a parte dentro de uma dinâmica maior. A cada episódio podemos perceber o quanto a simbiose entre eles é profunda. As facetas de Daniel e Ofelia se desdobram (o que leva a crer que Griselda não terá um longo futuro). Ele parece mais preparado para estar naquela situação, pois, aparentemente, já esteve em uma situação extrema antes. Quanto a ela, ficou claro que por baixo da capa de inocência, existe astúcia. Ambos usando as armas que tem, ele as memórias e ela sua beleza.
Foi interessante ver o vínculo entre os dois irmãos se fortalecendo, assim como foi coerente ver a reação de Madison à recaída do filho. Não que seja à favor da agressão, mas se considerarmos tudo o que ela viu ao sair do perímetro cercado (alguém pensou no perigo que foi cortar aquela cerca?), foi compreensível a descarga de estresse, pena que ela continue protegendo a família destas informações.
A curiosidade de Chris pode ser um elemento a colocá-lo em perigo, ou mesmo pode abrir os olhos de Travis, já que, possivelmente, suspeitas tenham sido levantadas, observando o que o filho visualizou.
E diante da configuração fora da cerca, e da dificuldade em conseguir medicamentos, é suspeita a presença da médica retirando os doentes de dentro da cerca. Será que eles já sabem que todos estão infectados? Será que eles realmente tem interesse em salvar a vida de pessoas que demandam tantos cuidados? Liza e Nick serão os olhos do expectador nesse novo espaço. Algo bom para dinâmica da série. Um elemento gerador de expectativa.
Ps1: Ponto positivo para a cena de abertura. As imagens e a música em um casamento perfeito que nos levou ao estranhamento.
Ps2: Como alguém pode entrar dentro de uma piscina suja como aquela? Mesmo causando repulsa, foi uma bela metáfora.
Ps3: Tobias, cadê você?
Fiquem com o promo do próximo episódio e até a próxima!
Então, o que acharam do episódio? Votem e comentem!
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