Suponhamos que eu tenha algo que você quer muito. Se eu desse a você, você me tiraria daqui?” — KYLE, Selina.
O segundo episódio de Gotham chegou provando que a série não está para brincadeira quando o objetivo é apresentar o início dos principais personagens do universo do Homem Morcego e fez isso de maneira bastante eficiente.
Seguindo um modelo procedural, isto é, “caso da semana”, a série usou o desaparecimento de crianças de rua para apresentar melhor uma das melhores personagens femininas da DC: a Mulher Gato.
Por mais que não passe de uma pré-adolescente, a maneira como Selina é retratada fornece pistas para o que ela se tornará no futuro. Impressiona a semelhança da jovem atriz com Michelle Pfeiffer, que eternizou a Mulher Gato no cinema no ótimo Batman — O retorno (me desculpem quem é do #TeamHattaway).

Como um gato, Selina está na hora e nos lugares certos. Sempre presencia os principais acontecimentos de Gotham City. É testemunha ocular de todos os crimes e tem uma excelente percepção ao diferenciar Gordon dos demais policiais corruptos. Percebeu que ele é um homem em que se pode confiar.
Aliás, os mais jovens enxergam em Jim Gordon essa espécie de tutor. Se Wayne tinha notado isso, agora foi a vez de Selina. A menina é esperta e se vale disso para evitar ir a um reformatório juvenil, no qual o prefeito da cidade deseja mandar todas as crianças de rua. Oferece informações sobre a morte dos pais de Wayne para não ser internada.
A corrupção continua à solta em Gotham e Gordon é o trigo no meio do joio. A delegacia na qual trabalha é caótica e seu parceiro Harvey se encaixa perfeitamente nesse ambiente. A luta do policial para fazer o certo pode ser vã, mas ele não desiste.
A abordagem desse tema caiu como uma luva na atmosfera setentista, de filmes de gangster que a série decidiu seguir. Por mais que tenhamos elementos modernos, como celulares, o espaço cênico é bem definido.
O Pinguim revela sua face cada mais sanguinolenta em uma sequencia de tirar o fôlego. Desde que os jovens começaram fazer gracinha para dar uma carona ao homem, deu para perceber que as coisas não terminariam bem. Mas uma garrafa quebrada e enfiada na garganta de um dos moços foi bem inesperada.
Jada Pinkett Smith ainda não encontrou o tom ideal para sua personagem, Fish Mooney, que está extremamente caricata e carregada. Tudo bem que a cena em que ela vê o seu amantezinho ser espancado por Falcone tenha sido digna, mas ainda falta um pouco de tempero nessa mistura.
Os cenários continuam bastante suntuosos e a fotografia ter caprichando no tom dark. A FOX tem realizado um bom trabalho e Gotham tem se destacado por seu excelente apuro técnico. Fiquem com a promo do próximo episódio.
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