Estamos todos com medo. Cada homem e mulher neste planeta. Estamos todos na beira do abismo” — CRANE, Gerald.
O medo é o que move a humanidade. Foi devido ao medo que homens dominaram o fogo, passaram a fixar-se em espaços de terra, cultivar. É pelo medo que floresceu a religião e a promessa de um paraíso pós-vida. É o medo que gera toda sorte de atrocidade existente na Terra.
Histórias de super-heróis não meras narrativas escapistas. Envolvem críticas sociais contundentes e dilemas morais difíceis. O doutor Gerald Crane entende que a única salvação da humanidade é curar-se desse terrível mal chamado medo. E, para isso, elabora um soro capaz de colocá-lo frente a frente com seu pior pesadelo.
O grande problema é que, para Crane, os fins justificam os meios. Até mesmo injetar uma dose cavalar do soro do medo em seu filho antes de ser detido pelos policiais. E é aí que surgirá um dos mais interessantes vilões do universo do Batman: o Espantalho.

12A produção de Gotham merece apenas elogios pela concepção desse episódio. Foram muitos pontos altos, principalmente envolvendo Jonathan Crane. Os planos e contra planos contrastando o jovem rapaz com as figuras dos espantalhos ao fundo, a fotografia dessaturada, a atmosfera sombria. Sem dúvida, um dos grandes acertos.
Outro ótimo momento, apesar de breve, foi o encontro entre Edward Nygma e Oswald Copplebot. Pinguim e Charada, icônicos, frente a frente. Um embate rápido, mas suficiente para deixar excitados até os mais céticos.
Diante disso, quem se importa com o acordo de trégua fechado ente Maroni e Falcone? Apenas o Pinguim, pois tal acordo entre os dois maiores chefões de Gotham garante a ele um pouco mais de sobrevida. Tempo para ele comandar a antiga boate de Mooney, rebatizada singelamente de Oswalds.
A caminhada do jovem Bruce serviu para aguçar o espectador. A qualquer momento, o garoto poderia cair em uma caverna cheia de morcegos e dar início ao herói. Apesar disso não ocorrer, a caminhada pela floresta contribuirá para Bruce assumir o lugar que era de seu pai.
O romance entre a doutora Leslie e Gordom está decolando. Ainda mais agora que ela assumiu o posto de médica legista do Departamento de Polícia. A história de ambos é graciosa, mas quebra bastante o clímax. Talvez, com tanta coisa pesada prestes a ocorrer, investir demais em um romance seja muito anticlimático.
Outro segmento sofrível e totalmente dispensável no episódio foi Fish Mooney. Sequestrada por piratas e colocada em uma espécie de prisão, a ex-dona da boate logo se torna a chefona do lugar. O lugar, ao que parece, serve para aprisionar pessoas a fim de subtrair os órgãos dela. Quem está por trás de tudo isso? É o tipo de coisa que passa a não ter muita importância e desnecessário.
Claro que este pequeno detalhe não arranhou a imagem do brilhante episódio. E, pelas cenas dos próximos capítulos, o vilão mais adorado está surgindo. Sinceramente, não dá para perder Gotham pelas próximas semanas.
Deixe um comentário