A questão que mais me perguntam como uma advogada de defesa é como sei se meus clientes são inocentes ou não. E minha resposta é sempre a mesma. Eu não me importo” — KEATING, Annalise.
Seguindo um princípio que certo médico ensinou tão bem, Annalise Keating também adota a máxima de que todo mundo mente. E é justamente isso que a faz ser uma advogada e mentora competente. Mas também a joga em meio a mentiras e verdades para as quais, talvez, não estivesse preparada para aceitar.
O caso da semana foi bem interessante e a maneira que foi solucionado conseguiu conferir alguma surpresa. Além de tudo, serviu para apresentar um pouco melhor dos personagens envolvidos. Connor Walsh continua tendo boas sacadas e recebeu um ótimo arco narrativo envolvendo o hacker oriental Oliver. As cenas entre os dois continuam sensuais e de muito bom gosto.
Aliás, Connor é, de longe, o mais interessante entre os pupilos de Annalise. Apesar de ela gostar muito de Wes, o jovem é um tanto quanto insosso, talvez pela inexpressividade interpretativa do ator Alfred Enoch. Pena que ele tenha recebido tanto destaque.

Laurel Castillo aproveitou o conselho dado por Bonnie, sócia de Annalise, e provou que vai muito além de ser apenas um rosto bonito. Ainda que ela tenha sido escolhida por Frank, o outro sócio, justamente pelos atributos físicos, a moça tem muito a oferecer intelectualmente.
Por falar em Bonnie, notaram a estranha olhada que ela deu para a chefe quando o amante se aproximou? O que teria ali?
E por falar em amante, Nate não quer ser mais o estepe e servir Annalise apenas para o sexo enquanto a advogada desmerece mais uma vez os policiais. A surpresa é que ele também é casado. Ou seja, um duplo adultério.
Michaela e Asher ficaram um pouco apagados, mas é natural que isso ocorra tendo em vista tantos personagens e pouco tempo para dedicar-se a eles.
Enquanto isso, o misterioso assassinato de Lila Stangard, a jovem encontrada na caixa d’água do campus universitário, ganha novos contornos quando Annalise descobre que a moça era aluna de seu marido, Sam. Ao que tudo indica, mantinham uma relação bem íntima, ultrapassando os limites de professor-aluno.
A morte da garota também envolve a vizinha debaixo de Wes, Rebecca, que acabou sendo presa. Desde que surgiu no piloto, Rebecca não pareceu ser boa coisa e, pelos flashfowards, é possível que ela esteja diretamente relacionada com o assassinato de Sam.
A estrutura à la Damages, no qual diminuem o espaço entre tempo atual e passado a cada episódio, revelando gradualmente acontecimentos envolvendo um crime, ainda não convenceu totalmente. Não sei se é porque um recurso usado à exaustão pela extinta série de Patty Hewes, causa certo incômodo.
How get away with murder é bem eficiente em sua proposta, mas ainda peca na originalidade. Nada que atrapalhe curtir um bom show, mas também nada memorável.
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