Em clima de despedida, AKA Take a Bloody Number mostra os preparativos para o embate final.
Quando isso terminar e quando você vencer essa coisa, espero que se permita um pouco de felicidade.” — Trish para Jessica
Jessica Jones e Kilgrave. Acompanhar a relação destas personagens ao longo da série foi o principal atrativo. Cada diálogo bem construído, cada morte fruto do sarcasmo do vilão, cada tentativa em vão da Jessica de consertar as coisas… Muita coisa contribuiu para o sucesso da trama, inclusive a química notável entre David Tennat e Krysten Ritter.
Após doze episódios, é evidente que a série não se sustentaria sem tal relação. Sem Kilgrave, a Jessica de Krysten soaria ainda mais morna e o vilão de Tennant não brilharia tanto como faz ao contrastar com a heroína alcoólatra. Porém, AKA Take a Bloody Number reforçou a ideia de que não há como a história continuar com ambos coexistindo.
Nos pouco mais de 50 minutos do episódio, vimos o ódio em Jessica Jones ressurgir após Kilgrave usar Luke Cage para atraí-la, sem falar da morte de Hope, ainda bem viva nas lembranças da investigadora.
Mike Colter tem feito um bom trabalho, o problema envolvendo Luke está na forma como os roteiristas têm desenvolvido ele — ou melhor, não têm desenvolvido. Existe aquela preocupação em não mostrar muito e deixar conteúdo para sua série solo, o que acaba fazendo dele um exagerado mistério. Nada aprofundado.
Você já deve estar cansado de ler isto por aí, e vai ler outra vez: Kilgrave rouba completamente a cena com seus momentos cômicos e doentios. Incomodou apenas o desejo repentino do vilão de aumentar seu potencial, visto que episódios atrás Kilgrave falou sobre como é difícil viver com tais habilidades. São nestes momentos que os produtores mais falham.
Um ponto positivo observado foi a trama envolvendo Malcolm e Robyn, a irmã de Ruben. Alias, taí uma morte que até então eu não tinha digerido; depois de ver os diálogos tocantes do episódio, isso mudou. Hell’s Kitchen não é só feito de tragédias e de desencontros. Vez ou outra, algo bom também pode acontecer e um exemplo é o laço estabelecido entre os vizinhos. É até mais fácil para o telespectador se aproximar deles do que de certos personagens regulares, AKA Trish e Luke.
No final, até há um encontro entre a protagonista e o antagonista, mas ele só acontece mesmo para revelar a última cartada do Homem Púrpura: Luke Cage. Numa longa sequência de ação dentro dos padrões, Luke tenta matar Jessica. Interessante foi ver que Kilgrave não só ordenou isso como também desenterrou no futuro herói todo o ódio e amargura resultante da perda de sua ex-mulher.
O episódio termina num dilema: ao mesmo tempo que é esperado com entusiasmo o embate final entre Jones e Kilgrave, também é crescente o receio que rodeia esse momento. Pode ser muito bom, assim como fatal para a série que parece se arrastar na reta final.
Conte para o Box de Séries quais são suas expectativas para o final dessa temporada e dê uma nota ao AKA Take a Bloody Number abaixo.
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