Ao cruzar a linha do Equador, o submarino nuclear Colorado recebe a ordem de lançar mísseis contra o Paquistão. O problema é que tal comando chega ao Capitão Marcus Chaplin (André Braugher, de Men of a Certain Age) por meio de uma estação secundária, que apenas deveria ser utilizada caso Washington estivesse sob ataque, o que de fato não estava ocorrendo. Sem a certeza de que tais ordens estariam corretas, a tripulação opta por não cumpri-las exigindo mais explicações dos superiores. É aí que a própria Força Americana decide destruir o submarino e colocar a culpa nos paquistaneses, o que imediatamente inicia a fuga da tripulação e a conseqüente situação de refugiados em uma ilha remota.
A série Last Resort, criada por Shaw Ryan (The Shield, The Unit) e Karl Gajdusek, promete intensidade na grade da ABC nessa fall season. E ensina como deve funcionar um piloto. Com bases sólidas e uma história bem desenvolvida, a série consegue levantar uma variedade interessante de enredos a serem encaminhados durante o show — de relacionamentos pessoais a conspirações globais.
Em apenas 40 minutos, Last Resort apresenta muita informação, mas consegue o fazer de forma eficiente e funcional. Num ritmo sem trégua, estabelece a dinâmica existente entre a tripulação, a força que tem o Capitão Chaplin, bem como sua afinidade com Sam Kendal — o segundo em comando, vivido por Scott Speedman, em seu primeiro papel na TV desde Felicity — situa o espectador com os acontecimentos em Washington, levanta questionamentos sobre a quem interessaria uma guerra nuclear, relaciona os personagens em terra aos componentes da tripulação e evidencia os moradores importantes da ilha, o que inclui os responsáveis pela base da OTAN presente no local e o hostil Julian Serrat (Sahr Ngaujah), espécie de gangster, que não fica nada feliz com a chegada dos novos turistas. (Ufa!)

Completando o inventário, ainda há o núcleo de soldados da força especial, resgatados pelo Colorado no início do episódio, que parecem estar de alguma forma ligados aos acontecimentos geradores dos ataques; e as linhas secundárias da narrativa, cujos elementos, como a participação da mulher na Marinha e a posição de autoridade que algumas delas ocupam, acrescentam contexto a série.
Não dá pra dizer que falta assunto! A trama é distinta e absorvente e, embora não dê pra saber como funcionará com a tripulação na ilha, nos mantém dispostos a continuar acompanhando essa história. Com atuações na medida, o piloto poderia ter funcionado ainda melhor no formato dos 75 ou 90 minutos mas, apesar da correria, é forte e funciona. Definitivamente, entra pra lista dos que devem ser assistidos esse ano. Esperar somente para que os roteiristas não se percam na infinidade de teias temáticas a serem abordadas.
Last Resort vai ao ar no próximo dia 27 de setembro, quinta-feira, e enfrenta nada menos que The Big Bang Theory, Two and a Half Men, The X Factor, Up All Night e The Vampire Diaries em seu horário. Será uma dura batalha.
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