Já rolou o confronto e a fusão dos dois universos. Durma com essa.

Década de 1990, sua linda esquisita! Foi uma década linda para se crescer, TV Colosso, Kenan e Kel, Britney Spears, Romário no mengão, senso estético duvidoso, É o Tchan, porta dos desesperados e… um bizarro crossover entre os dois titãs dos quadrinhos, Marvel e DC.
A história não fazia tanto sentido. Do nada o cabeça de teia surge em Gotham, sendo recepcionado pelo Coringa, o Fanático leva um soco do Superman e diversos outros heróis e vilões vão sendo transportados de seu universo para o rival. Assim começou a minissérie em quatro edições da batalha definitiva. Marvel vs DC.
O Enredo

No início, em meio ao nada, haviam duas entidades, irmãos, seres supremos. A ideia é simples, eles eram tudo, mas não eram nada. Juntos formavam o todo, mas não se completavam, eram independentes. Já ficou confuso? Um dia eles se perceberam e, como bons irmãos, se enfrentaram.
A luta foi tão intensa que os dois reiniciaram a coisa toda, o universo se expandiu, eles se separaram e cada um deu origem a um multiverso próprio. O tempo passou, os dois universos se desenvolveram e tudo mais. Eles até esqueceram um do outro.
Os universos da Marvel e da DC se formaram, mas sempre existiu um tipo de sobra de um no universo do outro. Inclusive, com um guardião para o portal que liga os universos.
Agora eles se lembraram da existência de sua contraparte e não querem mais ser individuais, querem se tornar um só, para voltarem a ser inteiro. Mas como fazer isso sem destruir tudo? Olhando para si mesmos, entenderam que suas entidades guardiãs seriam responsáveis pela definição de qual universo era o melhor. Espectro e Tribunal Vivo receberam a missão de selecionar seus campeões para definir o destino de todos.
As Batalhas
Todas as lutas foram decididas pelo público, ou seja, ganhou o personagem mais popular, na época.
Thor Vs. Shazam — Thor
Namor Vs. Aquaman — Aquaman
Flash Vs. Mercúrio — Flash
Jubileu Vs. Robin — Robin
Surfista Prateado Vs. Lanterna Verde — Surfista Prateado
Mulher Gato Vs. Elektra — Elektra
Superman X Hulk — Superman
Wolverine X Lobo — Wolverine
Superboy X Homem Aranha — Homem Aranha
Tempestade X Mulher Maravilha — Tempestade
Batman X Capitão América — Batman
O Amalgama

Como as batalhas eram muito equilibradas e os campeões sofriam com a vitória tanto quanto com a derrota. Heróis pensavam em todos os seres vivos de seu universo, enquanto não podiam aceitar acabar com tantas vidas, não podiam aceitar acabar com outras tantas.
As entidades então resolveram colocar um fim na briga e resolveram tudo de outra forma. Os dois universos foram extintos, dando lugar a um novo, resultado da fusão deles.
Vários novos heróis surgiram e deram origem a algumas edições extras do crossover. Foram vinte e quatro títulos, que reuniram combinações sensacionais com outras um tanto quanto bizarras.
Algumas das fusões foram as mais óbvias, como misturar Superman e Capitão América, os dois personagens mais perfeitos do mundo e o resultado de Arqueiro Verde com Gavião Arqueiro. Entre as bizarrices, Lobo, the Duck: a fusão do Lobo com o Howard, the Duck.
Mas o maior acerto, talvez, tenha sido DarkClaw, que juntou os dois personagens mais populares de cada editora na época: Batman e Wolverine. Uma versão dos dois uniu a brutalidade de um com toda a inteligência do outro.
Depois de curtir as aventuras dos novos heróis, veio a edição final do confronto, onde descobriu-se que, na verdade, eram o Espectro e o Tribunal Vivo que se esforçaram para unir tudo, assim nenhum dos mundo chegaria ao seu fim.
Acesso, o guardião do portal, acaba separando tudo novamente, mas os universos continuam misturados. As realidades estão desabando, heróis combatem os vilões e Acesso usa Batman e Capitão América para resolver tudo.
Leva os dois até os irmãos, onde observam os dois lutando, com Espectro e Tribunal Vivo tentando, em vão, pará-los. Em um golpe as entidades acertam Batman e Capitão, quando têm uma visão de suas histórias. Uma criança que vê sua família ser morta e usa isso como motivação para combater o crime e um jovem que é um líder nato se submeter à experiências para ser a inspiração de uma nação.
Eles então percebem que, na verdade, os dois acertaram em cheio e dizem: Você se saiu bem.
Destaques
O principal destaque dessa “guerra”, com certeza, é a resolução. Parece bobo, mas são as duas editoras admitindo que as duas são demais, as duas fizeram trabalhos geniais e — esse é um exemplo — trabalhos bem mais ou menos. Não há meios de dizer que uma é superior a outra. Lição que muitos fanboys precisam assimilar.
Merece muito destaque, também a Mulher Maravilha com o Mjolnir. Agora temos, no cinema, um Thor que é simplesmente Thor. Mas por muito tempo, qualquer ser que seja digno de erguer o Mjolnir recebe os poderes do Deus do trovão. Nos cinemas, o Capitão é o único homem a chegar perto de ser digno, mas, nesse crossover, a Mulher Maravilha conseguiu empunhar o martelo e recebeu os poderes.
É interessante, porque houve muito #mimimi em torno da nova versão do Thor nos quadrinhos, que é uma mulher. Há 20 anos tivemos um teaser disso e, olha, foi sensacional.
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