Pablo mostra que está pronto para tudo, e que pega-lo não vai ser uma tarefa fácil, em Narcos.
É melhor um túmulo na Colômbia, que uma cela nos EUA” OCHOA, Jorge
Essa é a frase que define os acontecimentos desse episódio de Narcos. Com Pablo, e o resto do Cartel de Medellín, se sentindo ameaçado com extradição de traficantes para o EUA, graças ao assassinato de Lara, no episódio anterior, vemos o começo dos piores anos vivenciado pelos Colombianos: a carnificina comandada por Pablo Escobar.
Logo no começo vemos que as prioridades do EUA não eram os narcotraficantes e sim os comunistas. Sem o apoio do tio Sam, Peña e Murphy seguem a investigação sozinhos, com métodos questionáveis e semelhantes aos de seus inimigos: o suborno e a tortura. Murphy não parece concordar muito com os métodos, mas é preciso jogar como o adversário para superá-lo.
Às vezes temos que fazer coisas ruins para pegar pessoas ruins” PEÑA, Javier
Podemos enquadrar Murphy e Peña nos clássicos policiais bons e maus, mas não tão estereotipados, cada um com suas nuances. Murphy não pareceu se importar muito com o castigo de Barry, mas achou errada a tortura do capanga de Pablo. Peña, como Colombiano, sabe como seu país funciona e para vencer essa guerra sabe que questionar os meios usados para ganha-la não irá ajuda-lo, mas se importa com a segurança de quem o ajuda. É a velha história de Maquiavel: os fins justificam os meios.
E é a partir desses meios que os agentes da DEA conseguem a atenção do EUA para os narcotraficantes. Após acharem informação sobre Ellis McPickle (Ou Barry Seal), o piloto que levava a droga da Colômbia para o EUA, descobrem que entre esses dois países ele parava para reabastecer em Cuba e Nicarágua, países comunistas. Um prato cheio para o governo de Reagan, não? Que como mostra a série teve uma política anticomunista. Sem saída, Barry entrega a prova que possuía contra Pablo: uma foto dele carregando cocaína em Nicarágua. O EUA só precisou dessa conexão para investir na luta contra os narcotraficantes. Mas se enganou quem pensou que esse seria o fim do Cartel de Medellín.

Pablo, com uma sacada de mestre, vira o jogo ao seu favor ao promover o evento que dá nome ao episódio. Paga para o grupo M-19, que são de extrema esquerda, atacarem o Palácio da Justiça, se livrarem de todas as provas que possuíam contra ele e de brinde faz o EUA tirar os narcotraficantes da mira e voltar a mirar nos comunistas.
Enquanto tudo isso, conhecemos Luis Carlos Gabán, candidato a presidência da Colômbia, que apoia a extradição, e voltamos a ver Elisa, a guerrilheira de M-19, que abandona a organização após o acordo com Pablo e denuncia, tarde demais, o ataque ao Palácio a Murphy. Os dois entraram no caminho de Pablo, e ele não costuma pensar muito sobre o que fazer com quem se mete em seu caminho. Plomo! E Elisa, além disso, está sendo procurada pelo governo Colombiano, como suspeita do ataque. Não dá pra ver muito futuro nela.
O episódio manteve o tom documentarista dos anteriores e acertou na agilidade da narração, nos preparando para, prováveis, episódios mais ágeis e de tirar o fôlego. The Palace in Flame nos faz refletir em como lados opostos podem ser mais iguais do que aparentam e nos prepara para a guerra que está por vir. De que lado você está?
Ps.: Adorei a referência do Gustavo a O Poderoso Chefão.
E você, o que achou desse episódio? Dê sua nota no quadro abaixo e até a próxima crítica de Narcos.
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