Labirinto de Mentiras, escolha alemã para disputa do Óscar 2016 chega aos cinemas em dezembro.
Labirinto de Mentiras chega para retratar uma parte pouco conhecida da história: o que veio depois da Segunda Guerra Mundial na Alemanha. Com o nazismo ainda enraizado em toda a população alemã, as autoridades colocavam panos quentes nos assuntos ligados aos campos de concentração, que ainda eram desconhecidos de parte da população. Sendo assim, seria difícil investigar e condenar todos os envolvidos no genocídio.
O jovem promotor do estado Johann Radmann (interpretado por Alexander Fehling), resolve investigar um professor que era ex-soldado da SS e, possivelmente, um dos torturadores de Auschwitz. Com a ajuda do jornalista Thomas Gnielka (interpretado por André Szymanski), ele começa a investigar os envolvidos no campo de concentração e percebe que as atrocidades feitas lá são piores do que ele e a população alemã imaginavam.
Tomado pelo senso de justiça, ele começa a incomodar muitas pessoas com sua investigação. Afinal, os nazistas não sumiram da Alemanha, eles estão ali, camuflados, e levando uma vida normal como se nada tivesse acontecido.

Enquanto entra nesse labirinto, Johann Radmann tenta se distanciar das investigações. Mas é tudo mais forte que ele, e o promotor acaba se tornando uma pessoa paranoica e descrente com o seu país. Ele se perde emocionalmente entre o trabalho e vida pessoal.
O ator Alexander Fehling, já conhecido de alguns pela série Homeland, leva com muita responsabilidade a personagem, mostrando a evolução de Johann, começando como um jovem rapaz cheio de esperanças e inseguro, passando para um profissional da lei maduro, responsável e ciente de seu importante papel na justiça alemã.
Esse amadurecimento deu chance para o ator trabalhar as nuances de emoção da personagem, como seus momentos de inocência e fúria, que enriqueceram bastante o filme. Não podendo prender e punir todos, ele fez o que podia com quem estava ao seu alcance. A história poderia ser facilmente continuada, com a retratação do julgamento dos réus. A trama consegue dar um pequeno alivio a quem assiste, de que a justiça de alguma maneira foi feita.

O nazismo deixou uma grande marca na história da Alemanha, de um passado tão brutal que eles mesmos decidiram se responsabilizar e se julgar pelos crimes cometidos, fato que nunca havia acontecido antes com nenhum país pós-guerra. Tema que não havia sido abordado antes em uma obra cinematográfica.
As mais de duas horas do longa passam rapidamente, mostrando que o roteiro não foi nada maçante, pelo contrário, foi bem ritmado e distribuído, deixando aquela vontade de saber mais sobre tudo. O filme, que é dirigido por Giulio Ricciarelli, foi escolhido para representar a Alemanha na corrida pelo Oscar 2016, e chega aos cinemas brasileiros no próximo dia 10 de dezembro.
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