O Doador de Memórias retrata a história de Jonas, um rapaz de 12 anos que acaba por assumir uma grande responsabilidade em sua sociedade.
Mas Jonas experimentara tristeza de verdade. Sentira um grande pesar. E sabia que não havia consolo rápido para emoções assim. Eram mais profundas e não precisavam ser expressadas. Eram sentidas. Hoje, ele se sentia feliz.”
Durante a leitura, conhecemos os amigos de Jonas, sua família e suas expectativas quanto ao que virá pela frente. Na sociedade retratada no livro não há sentimentos: não existe amor por familiares e amigos, não existe dor, não existem frustrações, não existem guerras. Tudo se torna calculado e meticuloso desde o dia de seu nascimento.
O Governo institui quando uma criança nasce quem será a família responsável por seu crescimento, como também, é quem irá permitir se a família poderá ter outra criança. Mas há um porém. A criança não é gerada por um casal, mas sim por mulheres que receberam a denominação de mães biológicas. Tudo é friamente controlado.
Ocorrem cerimônias anuais no decorrer do livro onde, de acordo com a idade, as crianças vão se tornando independentes, até atingirem os 12 anos, quando é realizada uma celebração para que seja designada a função que cada um exercerá ao longo da vida. Jonas recebe uma honra, de acordo com a sociedade: o mesmo se torna o Recebedor de Memórias. Ele não faz ideia do papel importante que recebeu, e então se encaminha para seu primeiro dia de trabalho, onde conhece o Doador.

Com o passar dos dias, os mesmos vão trocando informações sobre a função, e Jonas inicia o processo de recebimento de memórias, que consiste no seguinte: o Doador possui dentro de si as memórias de anos atrás, o que seria a nossa sociedade hoje. Guerras, sentimentos, músicas, artes. Tudo o que fugiria do controle da sociedade foi extinto. Até mesmo as cores. Para a sociedade de Jonas, reter esse conhecimento serve como fonte de sabedoria e lição, mostrando que o modo de se viver há anos atrás, de acordo com o livro, não condiz com o mais apropriado. Jonas, que sempre foi grato à sociedade, começa a enxergar que a vida é boa, mas pode se tornar melhor.
No decorrer do livro, o pai de Jonas, que é responsável pelo controle de natalidade da sociedade, leva para sua casa Gabriel, uma criança que possui dificuldades em aprendizado, se comparado com as outras, e por isso correria o risco de ser descartada. Após iniciar o recebimento de memórias, pouco a pouco, Jonas descobre o sentido da palavra amor, e é o que sente por Gabe: a necessidade de protegê-lo.
Seria Jonas capaz de prover mudanças após experimentar sentir emoções?
O livro O Doador foi escrito em 1993, por Lois Lowry, fazendo parte de uma série de quatro livros, conhecida como O Quarteto Doador, onde cada um possui um protagonista diferente. Porém, segundo informações, os livros terão cruzamentos em certos acontecimentos. Para o período em que foi lançado, trata-se de uma distopia avançada, e uma das pioneiras nesta “febre”. Em 2014, foi lançado o filme O doador de memórias, baseado na história relatada no livro.
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