Casal protagonista tem química, mas a trama de Ruth & Alex não prende
Ruth (Diane Keaton) e Alex (Morgan Freeman) são casados há décadas, e resolvem vender o apartamento onde vivem desde os anos 70, no Brooklyn. A propriedade, que era desvalorizada quando mudaram, hoje está entre os lugares mais badalados de Nova York.
A iniciativa da venda é feita por motivos de saúde, pois os dois, já idosos, estão preocupados com sua locomoção no prédio de 5 andares e que não possui elevador. Por isso, essa decisão vem cheia de pesares. Eles amam o lugar, mas temem que fique inviável viver ali daqui a alguns anos. A corretora de imóveis Lily Portman (Cynthia Nixon) tenta ajudá-los na tarefa de vender, e de achar um novo imóvel, tornando essa mudança um negócio; diferente do que sente o casal.
Durante as tentativas de venda, somos levados por flashbacks a entender e reviver junto com os protagonistas tudo que foi vivido naquele lugar. O casamento, a mudança, o fato de não terem filhos, a criação do atelier de Alex e a chegada da cachorrinha Dorothy. Toda a movimentação do filme é levada por um humor leve, onde o drama fica mesmo nos flashs do passado.

A conexão entre os atores se torna a melhor parte do filme, mostrando a ternura de um casal que não se perdeu em tantos anos juntos. Deixa a impressão de que se não fossem os dois ícones do cinema, esse não drama seria cansativo e não seguraria o público.
Um roteiro simples, que explorou pouco a capacidade de todos os atores, deixando um sentimento de que poderia ser feito mais, tanto para o drama, quanto para o humor. Talvez esse filme seja mais tocante — e faça mais sentido — para pessoas que já passaram ou estão passando por um momento de mudança, que tenham esse sentimento de apego sentimental a algum lugar.
O desfecho da história também não tenta fugir da ideia inicial, mantendo o filme todo em uma linear água com açúcar, sem muitas surpresas, mesmo quando tinha a chance de surpreender o espectador.
* O filme entra em cartaz dia 29 de outubro.
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