Qual a função do Emmy ainda, meu povo? Só serve mesmo para gente zoar a CW por nunca ter uma série indicada nas categorias nobres do prêmio e por eles não reconhecerem o brilhante trabalho da Nina Flopev. Porque, do resto, só nervoso mesmo.
Mudar para uma segunda-feira a tradicional premiação de domingo não adiantou muito. Só me obrigou a deixar gravando e evitar spoiler dos vencedores por dois dias até poder assistir depois. Afinal, eu tinha que dar aula na terça-feira pela manhã. E vamos ser honestos? Vocês preferiam a mesmice do Emmy ou a Beyoncé lacrando tudo no VMA?

E o Emmy desse ano não foi nada diferente de tudo o que você assistiu no ano passado. É sério, pessoal. Nada mudou mesmo. Até o povo que venceu foram os mesmos. Ainda que Breaking Bad tenha se encerrado há 400 mil anos, estava lá concorrendo e levou os principais prêmios na noite. Não que isso seja um problema. Acho que Breaking Bad poderia ganhar todos os Emmys pelos próximos oitenta anos, que eu não acharia ruim. E Anna Gunn poderia ser eternamente melhor atriz coadjuvante que eu iria chorar todas as vezes que ela se levantasse emocionada e desse um selinho no Cranston. E Aaron Paul também poderia continuar ganhando sempre e se emocionando ali no palco e ficaria ainda melhor se lá eu estivesse e pudesse consolá-lo, dizendo que ele mereceu mesmo e lacrou a concorrência.

Mas isso só revela o quanto a televisão americana passa por uma crise criativa. A coisa tá tão feia por lá que até a pseudo-reunião de três amigas de uma famosa série de TV extinta há alguns anos conseguiu mais relevância que qualquer um dos pilotos vazados na fall season.
Jim Parsons levou de novo e isso já é um insulto. Há tempos o seu Sheldon deixou de ser uma boa interpretação. O que Parsons faz é apenas repetir o mesmo papel desde o início da série. Se antes havia algum sopro criativo, hoje não passa de uma imitação de si mesmo. Gosto do ator, gostava do personagem, detesto vê-lo sendo premiado constantemente apenas porque os votantes vão com a cara dele.
Imitação de mim mesmo? #chateado
Aliás, essa história dos votantes invocaram com alguém ou com alguma série e premiá-los indefinidamente já deu o que tinha que dar. Modern Family? Eu amo a série, mas precisamos urgentemente de uma renovação. E tínhamos coisas boas ali para premiar (e não estou falando de The Big Bang Theory não!). Orange is the new black mesmo merecia uma estatueta. Ok, a série não é necessariamente uma comédia, mas, já que está ali, coloquem logo um prêmio para ela. E um para a Amy Poehler logo também, que já está ficando chato.
Sobre a cerimônia em si, curti a apresentação Seth Meyers. Foi conciso (até demais, eu diria, porque a gente mal viu o cara em cena durante as 536 horas do Emmy) e incisivo. E, ainda, de quebra entrou no desafio do gelZZZzzzZZZzzz.

Sofia Vergara teve que escutar os desabafos das mimizentas de plantão, acusando-a de atitude que desmerece o movimento feminista e a luta das mulhZZZzzzZZZ. Preguiça disso, gente! A mulher é linda, bonita, talentosa, divertida, engraçada. E daí que ela quis ficar em uma plataforma giratória exibindo todo o seu corpo curvilíneo? Isso vai deixar a sua filha mais periguete? Claro que não, minha senhora. Tenho certeza que quando você descobrir o que ela anda aprontando no uatizápi a Vergara girando em cima da plataforma será brincadeira de criança. Tão praticamente fazendo a Nicki Minaj do clipe de Anaconda (alguém aí sabe o endereço/telefone/contato do Drake?).
Fica a expectativa de que nas próximas premiações as coisas possam mudar, ainda que seja praticamente improvável. No mais, fiquem com um dos momentos mais inspirados da noite. E, na semana que vem, a gente conversa um pouquinho sobre a Misha Barton.
Sem mais.
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