The Brothers Jones: tutorial de como não ser um herói.
Não me importo mais com as histórias. Estou cansado de ficar sentado à margem. Eu quero ser um herói.” MILLS, Henry
Desde que começaram a usar o termo “herói” em Once Upon a Time ele perdeu totalmente o sentido. As pessoas pensam que é só acordar algum dia com muita boa vontade que assim será um herói. Elas pensam também que só porque alguém lhe deu esse título o ego pode inflar e não tem problema nenhum sair espalhando por ai que é um herói e os fins justificam os meios só pelo simples fato de ser um herói.
Todo mundo dessa série está precisando de uma aula do que é ser um herói.
Um herói nunca acorda um dia dizendo que será um herói. Ele desde sempre sente que tem um dever maior com o mundo e ajuda as pessoas sem querer absolutamente nada em troca. Muitas vezes ele tem até pavor de ser conhecido por não querer ninguém o venerando.
Um herói nunca admite que é um herói. Sempre que as pessoas referem-se a ele como herói ele desconversa e diz que não faz mais do que sua obrigação. E nunca utiliza desse título para querer ser superior as pessoas.
Quando um herói refere-se a si mesmo como um herói nunca é porque o título subiu à cabeça e sim em respeito as pessoas que o nomearem assim. Por ser uma forma das pessoas se sentirem segura e dele poder continuar ajudando.
Um herói acima de tudo precisa ser humilde e quando aceita esse título e esquece realmente os seus deveres como herói, sinto muito, ele não é um herói coisa nenhuma.
Dito isso…
Liam nunca foi um herói. Hook nunca será um herói. Nessa família Jones só existe gente torta que se aproveita da confiança e boa fé das pessoas para seu próprio bem. Tudo bem que não é surpresa nenhuma Hook ter como herói alguém que vende sua tripulação por uma jóia. Não é surpresa nenhuma Hook ter como herói alguém que na primeira oportunidade culpa a Emma por seu irmão ter ido parar no submundo.
Até quando vão ficar fazendo a Emma de vilã da história quando essa sim é uma heroína e muitas vezes faz as coisas pensando nos outros e não nela mesma?
Ela pode ter ido sim ao submundo atrás do Hook por não querer viver sem o cara que ela ama, mas ela também foi para o submundo por acreditar que o Hook merecia uma nova chance.
É uma atitude que não concordo. Como Regina disse, Emma é muita areia para o caminhãozinho do Hook, mas como já dizia a pensadora contemporânea Claudia Leitte “Coração apaixonado é bobo”.
Pelo menos Hook teve uma atitude digna nesse episódio e parou — mais ou menos — de culpar as trevas pelo seu comportamento horrendo. Depois de tudo que ele fez Emma passar, o mínimo que ele poderia fazer era realmente admitir que Emma foi muito mais forte em não sucumbir a escuridão do que ele.
Mas Hook não tem atitudes dignas por muito tempo e dois minutos de conversa enquanto o Liam entrava na luz o fizeram mudar de ideia sobre seguir em frente e achar que merece mais uma segunda chance.
Quantas segundas chances o Hook já teve mesmo? Eu parei de contar depois que passou da centésima vez.
Algo que esse episódio deixou claro é que as pessoas realmente só precisam resolver seus negócios inacabados para irem para luz. Não importa se você ainda tem um coração ruim ou está a ponto de fazer alguém queimar no mármore do inferno. Se você resolveu o que tinha que resolver a porta do céu está aberta para você, mesmo que você não mereça.
De toda essa história, único personagem que está sendo mesmo interessante é o Hades. Posso ter reclamado da personalidade dele no começo, mas se assim o fizeram, aprendi a apreciar a forma em que o personagem está sendo trabalho e ele está mesmo se saindo um ótimo vilão.
As cenas que ele aparece deixam o episódio bem mais interessante só pela forma que o Greg Germann conduz o personagem. Ainda não é o suficiente porque o roteiro não ajuda os outros personagens, mas com a volta da Zelena e o passado que ela tem com o Hades é a esperança para que essa segunda parte de Once Upon a Time ganhe um gás e fique um pouco menos arrastada de assistir.
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