O clichê é um termo que importamos do francês e adotado nas artes cênicas com significado de chavão ou lugar-comum. De tão usada no linguajar artístico se tornou uma expressão dramatúrgica de tudo que diz respeito a repetição. E Stolen Kisses abusou dos clichês. E das referências cinematográficas.
Como em um bom filme de Truffaut, este episódio nos apresenta os clichês cotidianos das vidas de nossas heroínas como forma de montar o quebra cabeças que é a narrativa dessa história. A saia justa que Wren fez Hanna passar, e desconfio que com um propósito, é um exemplo clichê de apelo emocional. E a série está assim: cheia de fatos, ações e acontecimentos em princípio sem ligação e sem saída. A impressão que eu tenho é que as garotas se perderam num labirinto e não conseguem achar a saída, e nem mesmo um rumo.
E apesar de inspirado no vigoroso cinema francês dos anos 60, é um episódio que não avança na história. Onde foi parar a promissora Cece? E o que que esse primo da Maya tá fazendo na série ainda?
O mais importante do episódio, no meu ponto de vista, foi a descoberta de mais um pedaço da noite que Emily sofreu o blackout provocado pelos remédios. No meio da noite, Ems acaba na porta da casa de Paige e a beija. Está ai está o beijo roubado do título, inspirado na Nouvelle Vague, que, como no filme de Truffaut, onde o personagem principal, Doinel, não tem certeza do que sente por sua amada, e chega a certo momento até a afirmar que não a ama, mas se engana. Como Emily fez com Paige, e ao se lembrar do beijo roubado, descobre que há um sentimento pela garota sim.

Clichês na vida Aria, que, ao descobrir que Erza é um milionário, é coagida pela mãe do professor, que lhe oferece dinheiro para deixar a vida dele. Quantas vezes já assistimos a essa cena, meus caros amigos? Tão história de Manoel Carlos. Eu gostei muito da atriz que interpreta Dianne Fitzgerald (Mary Paige Keller) e acredito que a entrada dela pode dar um gás na história paralela do casal, novos queridinhos da América.
E por falar em repetições, ao buscar a ajuda de Caleb para acessar ao site pessoal de Maya, Spencer repete o que elas já havia feito na última temporada, ao incumbir o rapaz da missão de acessar o celular que –A havia deixado para trás. Clichês, meu povo!
E como nossa vilã anda atacando em cota gotas, fico me perguntando porque que Hanna seria a próxima? –A pretende enviar Hanna pra NYC também? Com direito a hotel e passeio turístico? Se a loirinha não quiser ir eu vou. E olha como que as garotas não estão prestando atenção no que está acontecendo: -A, até então apagada na história, instiga-as a não permitir que Mona seja transferida, com ameaças a Hanna. Na mesma hora, Hanna veste a armadura de heroína e vai à clinica tentar reverter essa transferência. Eu acho que ela fez tudo que –A queria, foi manipulada direitinho.
É isso meus amigos. Ao contrário do filme francês, que também abusa dos acontecimentos não explicados, Stolen Kisses não conseguiu prender a minha atenção, e se mostrou mais interessante quando eu pesquisei as referências do episódio. Eu sou louco com essa aproximação entre PLL e o cinema, mas merece um roteiro mais consistente, que consiga inserir naturalmente na trama essas referências. Pecou a direção.
Em The Kahn Game eu espero muito que tenha um avanço na história. Boa notícia é que Cece e Jenna estão de volta! Fiquem com o promo e GOD SAVE THE –A!
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