Nova novela das sete recicla clichês de maneira divertida, mas demora a empolgar
E finalmente terminou Alto Astral. Aquela novela que ninguém se lembra direito sobre o que era, mas que tinha o Thiago Lacerda continuando sendo um ator ruim. Ele já não era bom nos tempos de Terra Nostra. Continua não sendo bom atualmente. E com o fim da traminha à la A viagem soft version, entrou no ar I love Paraisópolis. E de cara, surgem as desconfianças.

Pra começar, o autor é o Alcides Nogueira. A única coisa que me vem à mente quando ouço esse nome é o Eriberto Leão vivendo um extraterrestre e abduzindo a Natália Lage na pavorosa O amor está no ar. Porque nada justifica transformar o Eriberto Leão em uma extraterrestre que mais parecia um figurante do filme Nosso lar.
![Sintam o drama do Eriberto Leão nessa novela! [a imagem está em baixa resolução porque não encontramos outra melhor, mas já dá pra você perceber do que estamos falando]](https://i0.wp.com/cdn-images-1.medium.com/max/300/0*11iz8NJ6Yq9rTwgB.jpg?w=1320&ssl=1)
Faz um tempo que as novelas da Globo vem errando no casting. Quem é que compra a Bruna Marquezine como uma suburbana? Não cola, gente. E o pior é escalar o Caio Castro como o chefão da comunidade. Desde quando aquela cara de bebê de comercial da Johnson serve pra ser chefão do que quer que seja? Não convence. E o protagonista? Maurício Destri só tem uma serventia básica na novela: ser lindo. E aparecer sem camisa sempre que for possível. E ainda tem a Tatá Werneck, que todo mundo ama, mas que continua falando tão rápido quando o locutor de propaganda de remédio.

O sotaque nordestino que só é falado nas novelas da Globo, a gente já conhecia. O sotaque mineiro, também. Até o italiano! Agora, I love Paraisópolis apresenta o sotaque paulistano feito por quem é carioca. E só tem uma coisa a ser dita: para que tá feio. Desse jeito, não tem como te defender. Os dois piores são o do Caio Castro e o da Letícia Spiller. Mas o da ex-Paquita é pior. De onde é que eles tiraram que aquilo ali é o que se fala em São Paulo? Aquilo ali está mais para vilã da Disney antes da parceria com a Pixar.

James Blunt sai de cena e agora surge um novo músico com baladinhas mela-cueca: Ed She-Ra. O hobbitt tem uma de suas canções na novela e, pra piorar tudo, é a música tema dos protagonistas. É só eles se encontraram para subir o solo do violão e When your legs don’t work like they used to before. Fora de brincadeira: em um único episódio, a música foi executada mais de quinze vezes. QUINZE VEZES! É demais. Já temos a candidata do ano a chiclete sonoro.

E o roteiro é tão clichê, sabe. A velha história da menina pobre que se apaixona pelo menino rico, que tem uma mãe megera e uma noiva ainda mais megera. Parece Maria do Bairro e afins, mas é só uma novela “moderna” brasileira. Se bem que a Globo tem é que investir mesmo no mais do mesmo. Afinal, toda vez que tenta fazer algo novo, o povo do sofá reclama, não dá audiência e obriga os autores a mudar o formato. Cada povo tem a novela que merece.
Forte argumento para assistir a I love Paraisópolis
Sobre I love Paraisópolis, o seu novo amor das sete, só há uma coisa ser dita: demorou pra empolgar. E em tempos tão ágeis, uma coisa que demora para engatar é facilmente descartada.
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