Por via de regra, eu considero ciúme uma emoção base. Mas nesse caso, é adorável. (…) Eu te garanto, Lizzy, minha jornada para achar essa jovem não comprometerá a nossa relação.” — REDDINGTON, Raymond
A relação entre Red e Lizzy sempre foi um dos pontos fortes de The Blacklist. E o mais interessante sempre foi a complexidade envolvida, um misto de raiva, mistério, ternura e cumplicidade. E foi justamente a interação entre eles o destaque desse episódio.
Ver Elizabeth com ciúmes da procura de Reddington pela tal menina foi um acerto da série, pois não dá para negar que durante o tempo em que trabalham juntos cresceu ali um afeto por parte da agente. Mas, reforçando a complexidade, ainda assim Lizzy esconde dele algum segredo, e pela primeira vez parece estar um passo a frente. Foi uma ótima sacada colocar no lugar dela uma moça parecida, para despistar o rapaz que Red colocou para segui-la.
E daí surge o mistério: onde Lizzy está e o que ela esconde? The Blacklist continua com essa fórmula (cansativa) de jogar mistérios sem resolvê-los. Parece que sempre aparece alguma novidade para nos desviar o pensamento do que ainda não sabemos: qual a verdadeira ligação de Reddington com o passado de Elizabeth. O problema é que essa estratégia esgotar-se-á em algum momento, o que pode dar cabo a tudo o que foi construído até aqui, fazendo com que o telespectador perca o interesse em saber a resposta.

The Front foi um episódio sobre relações. E um outro destaque interessante foi Red ter envolvido Aram em seus negócios, mesmo que isso tenha durado pouco tempo. Seria interessante ver um outro membro da equipe mantendo contato com Red, pois daria mais dinâmica à série e deixaria mais claro ainda o quanto Lizzy está enciumada em perder seu posto de “privilegiada”.
Outro aspecto que a série está tentando desenvolver — e tem tido sucesso até aqui — é a inserção da agente Navabi na equipe. Ainda não sabemos qual seu objetivo ali, mas o roteiro tenta a todo momento fazer com que criemos empatia por ela, seja na sua aproximação de Elizabeth, seja na química com Aram. Em se tratando de The Blacklist, fica difícil confiar 100% em uma personagem sem saber o que ela pretende, mas a estratégia tem sido parecida com a usada para Red: esquecer do que ele pode estar tramando de ruim e focar no que ele apresenta de bom.
Sobre o caso da semana, além de ter proporcionado o que falei no parágrafo acima, Red está em posse de uma chave, que pertencia a uma das integrantes do grupo megalomaníaco. Mais um mistério: o que essa chave abre e de onde Red conhecia aquela mulher? Por fim, temos Red localizando a (sua?) filha de Naomi. Resta saber qual a importância dela na guerra contra Berlin (que anda bem sumido!). Muitas perguntas, poucas respostas. Até quando será possível sustentar isso?
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