Eu espero que me dê uma chance de provar que não sou um homem horrível”. Joe Carroll.
Decepção. “Welcome home” apresenta uma sensível queda em uma boa sequência de episódios. E o grande problema continua sendo o principal: Joe Carroll. Por que continuar morrendo por esse cara tão insignificante e que nada tem acrescentado nas vidas de seus seguidores? Isso se tornou um problema que não dá mais para ignorar.
Tanto é assim que a cena em que Joe desce as escadas da nova mansão para encarar seus súditos soou deslocada e sem o impacto desejado. Os céus não se abriram e anjos entoaram cânticos de “aleluias” para receber o Messias. A frieza e a indiferença falaram mais alto. James Purefoy esbanja falta de talento interpretativo e não consegue nem simular uma cara de satisfação. Quem se importaria com as ideias desse homem comum? Onde está a liderança dele?
Tal falta de carisma não justifica seguidores morrendo por terem-no desapontado. Assim, The Following perde mais um interessante personagem, Charlie. Culpado por ter fracassado em capturar Claire, o cordeiro se oferece ao abate pelas mãos de seu criador. A cena toda beirou o ridículo e o risível. Os violinos simulando uma emoção plástica, a lareira deixando o ambiente em iluminação avermelhada, o texto sofrível sobre expiação da culpa e redenção, o plástico sendo forrado para não manchar o carpete de sangue. Tudo ruim, tudo forçado, tudo brega demais. Deplorável.

Outra péssima decisão foi inserir uma espécie de MMA para arrancar informações de Mike Weston, o mocinho da informática do FBI. Uma disputa em rounds para cada resposta errada? Quando é que o Anderson Silva iria entrar em cena? Socos, canos e a facada desnecessária. Em nada acrescentou ao episódio. A não ser o tom burlesco e nonsense. E o desfecho?
Nesse instante, bem que poderia ter entrado o narrador da National Geographic sobre as grandes escapas. Sabe quando o antílope foge milagrosamente da leoa? Foi bem isso. Ryan segurando uma arma com balas infinitas chega de surpresa atirando para todos os lados e mata apenas cinco avulsos. Ninguém relevante. Isso porque os mais fundamentais, fogem. Mais uma vez. E Debra Parker, com uma arma na mão faz o quê? Grita “FBI”, espera todo mundo entrar na van e só depois atira.
Roderick dá as caras, é um xerife, matou duas moças, Joe assumiu a autoria dos crimezzzZZZzzz. Tudo tão anticlímax. Enrolaram oito episódios para apresentar o personagem para fazer isso? Antes não tivessem feito mistério. No fim das contas, saber ou não quem é Roderick pouco importou.
E o clichê da vez foi a inserção de um novo investigar linha dura que afasta Ryan do caso, mas acaba tendo que recorrer ao ex-agente para receber ajuda. Rick Donovan é o supra-sumo do clichê em séries policiais e só fez o esperado: mais atrapalhar que ajudar. Como era de se esperar. E notaram que esse tipo de policial nas séries geralmente é negro e careca?
Quem se importa se Joe não permanece fiel à Claire e se jogue nos braços de Emma? Tem mais é que tirar a barriga da miséria, afinal, a babá está declaradamente a fim do moço.
Jacob e Paul, apesar de serem mencionados, continuam desaparecidos. Vamos ver que tipo de coelho sairá desse mato.
Dois momentos legais apenas: David mordendo a mão para ingerir uma cápsula que o matará e Ryan dizendo “Seriously”. O resto, dispensável.
Gosto demais da série, mas “Welcome home” foi um retrocesso. O jeito é esperar o nono ansiando por rumos mais surpreendentes.
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