Seu legado termina hoje” — HARDY, Ryan.
Redenção.
Essa é a maior busca do ser humano enquanto continua com sua jornada terrena. Os pecados cometidos precisam ser expiados e todos, de uma maneira ou de outra, buscam redenção. Muito vão à igreja e esperam que Deus perdoe seus pecados. Outros tentam obter, na vingança, sua expiação.
Ao matar o homem que assassinou seu pai, Ryan Hardy passou o resto de sua vida buscando maneiras de obter o perdão pelo seu ato de vingança. Capturar e punir criminosos e assassinos foram sua jornada até chegar a Joe Carroll, sua nêmese.

Para Carroll, a redenção viria através do legado que ele pretendia deixar para todos seus seguidores. Ao expor a hipocrisia religiosa e oferecer-se como alternativa de crença, Carroll pretendia ter sua memória perpetuada por meio de seus seguidores.
A obsessão de um fez com que se tornasse no outro. A segunda temporada de The Following foi até as últimas consequências no intuito de mostrar como a vingança, a culpa, o remorso são capazes de transformar qualquer indivíduo em uma pessoa ruim. A observação feita por Carroll a respeito de Mike estar se tornando um mini-Ryan corrobora a afirmação.
À mesa do macabro jantar oferecido pelos gêmeos Luke e Mark, Ryan reconhece o que fez a si próprio ao longo da vida. Apesar da situação toda até ali ter sido extremamente forçada e exigir uma dose extrema de boa vontade do espectador, valeu a pena pelo trabalho consistente de Kevin Bacon. Toda a dor, o medo, o desespero, transpassadas em seus olhos marejados compensaram.
E, finalmente, atingiu a redenção ao poupar a vida de Joe Carroll, mesmo tendo a oportunidade de eliminá-la de vez. Ao contrário de Mike, que não pensou duas vezes em agir por ódio e matar Lily, Ryan foi racional. Matar Joe não iria exterminá-lo; só iria deixa-lo ainda mais vivo. Um fantasma tem muito mais poder que um homem confinado a uma sala.
Claire também fez sua escolha em não querer mais nada com Ryan. Assim como o policial, ela precisa livrar-se de certos pesos. Começar, de fato, uma nova vida, criar seu filho. Aceitável.
Max e Mike também conseguem um final feliz. Foi de deixar qualquer um enternecido ouvir a declaração de amor da moça ao perceber que Mike poderia morrer. E depois o beijo deles. Finalmente, como eles mesmos reconhecem.
Com Carroll preso, o culto pode perder um pouco sua força. Principalmente devido ao fato dos mais engajados seguidores estarem todos mortos. Ao unir-se a Ryan para salvar Claire, Joe reconheceu alguns de seus pecados. Queria a morte, mas não obteve essa dádiva. A prisão será o local no qual ele refletirá sobre muita coisa.
Para a terceira temporada, ficou o gancho de Mark salvando seu irmão Luke e entrando em um carro desconhecido. Sinceramente, não é possível enxergar Mark como um opositor tão potente quanto foi Joe Carroll nessas duas temporadas. O cliffhanger foi fraco, muito fraco.
Ter Kevin Williamson escrevendo a season finale poderia causar um pouco de esperança, ainda mais tendo em vista o material apresentado nessa segunda temporada. Alguns episódios excelentes, envolventes, que culminaram em um final insosso, insípido, sem graça. Uma frustração em perceber que essa temporada poderia superar a primeira, mas contentou-se em equipará-la.
Que a terceira chegue com um gás renovado e que essa renovação consiga ser sustentada pelos quinze episódios. Do contrário, The Following pode ser conhecida como a série que promete, mas não consegue cumprir.
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