Série evoca o terror/suspense dos anos 90 em melhor episódio da temporada
Eu acredito em você, Ryan […] Sempre estarei aqui para te dar apoio” — CARROLL, Joe.
O terror dos anos 90 sempre foi um dos meus preferidos. Não tinha aquela atmosfera psicológica tão em voga nos anos 70 e nem era tão trash como os do 80. Era um terror metalinguístico, que brincava com o gênero. O maior expoente dessa fase foi, sem dúvida, Pânico da dupla Kevin Williamson e Wes Craven (que vai virar série de televisão ainda esse ano).
Qual não foi a minha felicidade ao ver que The Following seguiu, em seu sétimo episódio, seguir a cartilha estabelecida nos anos 90!
Logo na cena inicial, o carro dos policiais seguindo naquela estrada deserta, coberta de neblina, ditou o tom que teria todo o episódio. O que se viu na sequência foi uma aula de suspense de tirar o fôlego.

Acrescentar um novo personagem à trama foi muito benéfico para The Following. E não foi um simples acréscimo. Dessa vez, é alguém que realmente movimentou as coisas e tirou a série da mesmice. O interesse estava quase diminuindo desde que Joe Carroll foi detido. Agora, pode-se esperar qualquer coisa.
O episódio todo foi eletrizante. Era como ver um filme mesmo de terror, sem tempo para respirar. O novo vilão da série tem uma predileção enorme pelo banho de sangue e não pestaneja em eliminar alguém da pior maneira possível. A cena do porão do prédio é um exemplo disso. E toda a sequência envolvendo Max no prédio do FBI foi um teste para cardíacos.
É muito bom quando The Following assume suas referências e consegue transportá-la com vigor para o formato televisivo. Os produtores poderiam parar de tentá-la fazer memorável e deixa-la assim, um entretenimento bom, divertido e eletrizante.
Sobre a trama, além desse novo personagem, que ora se chama Sam, ora de chama Theo (Michael Ealy, mais conhecido pela sua participação em Almost Human, em interpretação inspirada), The Following acrescentou traços interessantes sobre o relacionamento entre Ryan e Joe. A cena onírica de ambos, como velhos amigos, jogando sinuca, foi genial e sintetiza bem a relação dos dois. Apenas Joe é capaz de entender Ryan.
Saudável terem deixado de lado o ciúme obsessivo de Tom sobre Max. Está certo que o policial ainda não esqueceu e tem alguma birra para cima de Mike. Porém, seu estranho voyeurismo poderia colocá-lo em posição criminosa. E nesse caso, se a série não pretende avançar com isso, que bom que deixou isso para lá.
Estamos na metade da temporada. Apesar disso, a sensação que se tem é que a terceira jornada de Ryan Hardy começou exatamente agora. Um assassino em série muito mais inteligente do que qualquer outro enfrentado, que entra e sai dos lugares, sem ser notado. Hardy e Carroll em sua velha dinâmica. Tudo nos eixos. É esperar que nada desande até o final. Mas, quando se trata de The Following, é bom não esperar muito.
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