Sem um final programado, The Following faz series finale insossa
Consigo chegar em qualquer um” — HARDY, Ryan.
Depois de três temporadas, The Following chegou ao fim na noite da última segunda-feira. E é uma grande pena que tenha feito isso de maneira tão insossa. O episódio duplo que encerrou a série não fez jus a um series finale e apresentou um roteiro completamente sem tempero.
O fato é que a terceira temporada já não gozava de boa credibilidade nem junto ao público fiel. Uma série que começou estourando com uma primeira temporada brilhante fazendo referências a Edgar Allan Poe, apresentou desgaste em sua segunda investida e, na sua terceira temporada, patinou feio na audiência e na trama.
Com um rendimento tão baixo, o cancelamento era mais do que certo. E foi justamente isso o que aconteceu. No entanto, os roteiristas pareciam não esperar esse destino e nem se empenharam em dar um desfecho digno à saga de Ryan Hardy. Ficou a impressão de esse episódio duplo ser mais um season finale que um final de série propriamente dito.

Assim, gastou-se duas horas perseguindo o inexpressivo Theo Noble, descobriu-se que Lisa Campbell era uma traidora, Mike Weston ficou entre a vida e a morte para depois aparecer bem e feliz, Gwen continuou grávida e não morreu, e Elisa, que surgiu sem avisar, saiu de cena do mesmo modo.
Os roteiristas até deram uma entrevista onde revelaram detalhes de como seria a quarta temporada. Mas, sinceramente, parecia ser mais do mesmo e as discussões realmente válidas seriam deixadas de lado.
A culpa nem é tanto de Alexi Hawley, co-showrunner da série. O moço até se esforçou, mas The Following sofreu da maldição Kevin Williamson: o criador é uma péssima mãe e sempre abandona sua cria depois de um ano. Mesmo que aparecesse como produtor executivo, Williamson estava pouco se lixando para sua série. O descaso foi nítido.
O único momento realmente relevante dessa terceira temporada foi a morte de Joe Carroll e tudo o que ela ocasionou em Ryan. Aliás, o espírito do falecido, que sempre deu as caras nos outros episódios, fez-se ausente nesse series finale. Se ele foi usado nos outros, porque poupar o espectador de vê-lo pela última vez? Não faz sentido.
De série instigante, The Following apresentou um preguiçoso episódio, optando pela solução mais fácil: terminou sem terminar. A “morte” de Ryan e o seu desejo por vingança, sinceramente, não interessa a mais ninguém. Pouco importa se ele irá atrás dos assassinos em série ricos. E quando você não se interessa mais pelo protagonista e pelos caminhos que ele tomará para conseguir seu intento, então a série já foi tarde demais.
Uma pena que The Following se encerre dessa maneira tão vergonhosa. Uma série que teve aquela primeira temporada merecia um final mais digno.
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