Nós não estamos no meio do terceiro ato. Nós estamos no primeiro” — Will
Sorkin tem apenas seis episódios para encerrar as notícias que sua redação nos apresentou nessas três temporadas. Um adeus prematuro. Desta forma, a volta de The Newsroom veio ainda mais frenética. A redação da ACN, ao mesmo tempo em que está pegando fogo, também está cautelosa. O efeito Genoa ainda assombra a todos estando presente nas tomadas de decisões.
A temporada, como as outras, começa sempre em algum período de um passado recente. Uma sacada genial do roteiro, pois não precisa perder um bom tempo explicando de forma mais detalhada sobre o escândalo retratado. Os fatos ainda estão frescos em nossas memórias, o que nos permite desfrutar ainda mais dos diálogos fantásticos que só Sorkin é capaz.
Aparentemente as frustrações e angustias presentes nos personagens nas demais temporadas foram sanadas permitindo que todos ali na redação estejam focados no presente da série e no seus crescimentos enquanto profissionais. Exemplo máximo é Maggie, que de insegura na primeira temporada, se mostrou louca na segunda e agora uma oportunidade fantástica de dar um passo sensacional na carreira. Em termos de histórias pessoais de todos ali, a cena de Maggie assumindo o microfone de Elliot foi a mais significante.

Mas vamos ao que realmente interessa. O ponto de partida da temporada foi o atentado ocorrido em Boston, em 2013 durante uma maratona. Um acontecimento perfeito para Sorkin voltar o seu questionamento sobre a batalha entre as mídias para o furo jornalístico e a seriedade da apuração dos fatos. As mídias tradicionais aliadas às redes sociais fizeram um verdadeiro circo em torno do atentado. Em busco do furo jornalístico e, por um primeiro lugar em audiência, por diversas vezes as emissoras/jornais/sites noticiaram fatos não apurados e por consequentes falsos sobre o que de fato tinha acontecido em Boston. Desta forma, além de alimentarem o caos sobre o ocorrido, os grandes veículos tiveram de se retratar por diversas vezes.
Will se mostrou de início meio perdido em comandar sua equipe em favor de uma maior cautela. Porém atento às ordens de Leona Lansing em reconquistar o público por meio da credibilidade. A ACN não esteve à frente dos furos preferindo dar às notícias sempre após os fatos serem comprovados. Mesmo sendo fieis à credibilidade dos fatos, a apatia na corrida pelos furos de reportagem colocou a ACN em quarto lugar sobre as transmissões. Tal posição fez com que Will repensasse o seu papel à frente da equipe e encenou até uma demissão depois disso.
Porém, ao finalzinho do episódio, dois arcos paralelos que vinham sendo delineados em meio ao frenesi que Boston causou na redação fez com que Will retomasse as rédeas da situação.O que veremos daqui para frente é como sua equipe e os poderosos da ACN lidarão com esses dois fatos que devem seguir até o último episódio. A possível tomada do controle da ACN pelos irmãos gêmeos de Resse pode fazer com que jornalistas e acionistas, antes em times diferentes, comecem a trabalhar juntos em prol de um bem de interesse comum.
O outro fato traz consigo novamente o fantasma de Genoa. Neal está em posse de documentos secretos do governo americano a cerca de diversos fatos. A forma ingênua que Neal tratou com o negociador o colocou em uma complicada situação com a justiça. Acredito que tais documentos sejam verdadeiros para que realmente a redenção da ACN e de todos os seus profissionais venham por meio da credibilidade que tanto estão batalhando para reconquistarem.
Se o ritmo frenético apresentado nessa season premiere permanecer por todos os cinco episódios restantes The Newsroom irá sair de cena de forma brilhante deixando a sensação que realmente veremos apenas o final de um primeiro ato e que, por n motivos, não veremos o seu grand finale de fato.
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