Sem muita emoção em The Usurper, Vikings começa os ajustes para entrar na fase final da temporada
Ragnar é tudo que eu não posso fazer, tudo que eu não posso ser.” — ROLLO
Nesta terceira temporada, Vikings tem mostrado que segue sempre o mesmo padrão e um fluxo de roteiro sólido — que, talvez, seja até um pouco óbvio. Os primeiros episódios são todos cheios de ramificações e histórias acontecendo em vários lugares diferentes e então, quando nos aproximamos do meio da temporada, as tramas começam a se alinhar para que os nórdicos se unam para combater um inimigo em comum no desfecho da temporada.
Mas… Vamos falar de The Usurper? Com o retorno dos vikings à Kattegat, o povo tem muita história para trocar e colocar a fofoca em dia — e isso deixa o clima mais pesado do que alegre.
Começando por Ragnar e Aslaug: claramente ele teve seus momentos de prazer na Inglaterra, enquanto ela se deixava levar pelos encantos de Harbard. Durante esse período separados e após esse reencontro, fica evidente que o nascimento de Ivar, apesar de não ter sido o único desestabilizador da relação, foi um fator chave. Aslaug faz questão de reforçar que Harbard se importou com o menino e com a dor que ele sentia. Independente de tudo isso, a sensação é de que o casal continuará junto e Cwenthryth e Harbard não serão mantidos na trama para fazer papel de pivôs de separação.
Rollo surpreende com sua reação ao saber da partida precoce de Siggy. Ele sempre fez pouco caso com o amor dela e, muitas vezes, usou-a como objeto sexual ou mera peça de suas manipulações. Porém, a notícia de sua morte deixa Rollo fora dos eixos e o viking volta a mostrar suas fraquezas, cai na bebedeira descontrolada de novo e fica se culpando por não ter dado o devido valor à Siggy. Too late, Rollo.
O fato é que com a volta dessa instabilidade emocional, Rollo fica ainda mais paranoico sobre a relação que tem com o irmão e acaba, literalmente, brigando com Bjorn — que também estava bem estressado por conta da gravidez de Porunn e por ela não estar conseguindo superar o ferimento no rosto. Bjorn humilha Rollo e os dois se machucam feio. Ragnar não ficará nada feliz se souber desse ocorrido.
Em busca de consolo, Rollo vai até O Vidente, mas o tiro acaba saindo pela culatra: ele fica sabendo que as expectativas não são boas e que “o urso se casará com a princesa” — expressão que ficamos sem entender, mas que também é dita a Ragnar e que, com certeza, é analogia para algum mau presságio que vem vindo.
Em meio a relacionamentos amorosos abalados, Helga e Floki estão em paz. Ela relata a história dos sonhos compartilhados e a passagem de Harbard, que Floki acredita ser uma personificação de Odin — o que, por um lado, até faz sentido. O problema de Floki é Athelstan, pois ele continua com ciúmes da relação do ex-sacerdote com Ragnar, e tudo por causa de seu histórico como cristão. Qual a dificuldade de lidar com pessoas que acreditam em coisas diferentes, Floki? Até parece que você vive em 2015, cara…
Lagertha também terá que lidar com algumas grandes decepções nessa temporada. Depois de ficar sabendo da traição de Kalf, ela é colocada de lado na negociação que ele e Ragnar travam na tentativa de evitar uma guerra civil. O líder viking, que está obcecado com a ideia de invadir Paris, convida o traidor (e atual earl de Hedeby) para ser um parceiro durante a incursão. Só tem um detalhe: Ragnar ainda não sabe que Kalf é aliado de Erlendur e Torvi. Esse enrosco todo pode dar extremamente certo ou extremamente errado, não existe a chance de vermos um meio-termo.
Mesmo com tantas emoções em Kattegat, Wessex ainda nos reservou momentos tensos neste episódio. Judith está grávida e isso derruba os poucos pilares que sustentavam a convivência entre os vikings e os cristãos. Aethelwulf, que fez pós-doutorado na arte de ser desagradável, destrói o assentamento dos pagãos sem qualquer fundamento e faz tudo com bastante violência. Tudo isso é feito “em nome de Deus”, mas a gente bem sabe que a questão é a traição de Judith.
O acontecimento mais importante de The Usurper (e talvez da temporada) ficou para o fim do episódio: Ecbert, diferente do que muitos imaginavam, aplaude a atitude do filho e o agradece. É possível que Ragnar já tenha previsto isso e optado por correr o risco, mas a questão é que essa empreitada dos ingleses foi um tiro no pé que esclareceu quem será o inimigo em comum dessa temporada: Ecbert, Aethelwulf e tudo que estiver sob a alçada deles.
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