Ontem tivemos o retorno de diversas séries, dentre elas, as animações da Fox — The Simpsons e Family Guy, das quais analisaremos os episódios de estréia de temporada.
The Simpsons S22E01: Elementary School Musical
O episódio de estréia da vigésima segunda temporada já começa com uma referência ao filme A Origem e com participação de parte do elenco de Glee. Pode uma estréia dessa dar errado? Pode!
O episódio em si foi morno e nenhum dos plots conseguiu convencer. Na primeira parte da trama temos Krusty sendo nomeado para o Prêmio Nobel da Paz e, percebendo que precisaria de uma “risada fácil” na cerimônia de retirada do prêmio, resolve chamar Hommer Simpson para acompanhá-lo. Krusty, Hommer e Bart partem então para a Noruega, deixando para trás as garotas da família.
Marge, percebendo o descontentamento da filha, resolve deixá-la no acampamento de artes por uma semana. Ao chegar lá, Lisa é recepcionada com um número musical, executado por Lea Michelle, Cory Monteith e Amber Riley (Rachel, Finn e Mercedes de Glee), e esse é o primeiro problema com o episódio. O número musical é divertidísimo, porém curto e é o único momento em que o talento dos astros de Glee é utilizado. Fica aquele sentimento de que poderiam ter feito algo a mais, principalmente pelo fato de esse ser o episódio mais musical dentre todos já realizados.
A partir daí, a história começa a descambar ladeira abaixo. Ao chegar na Europa, Krusty, Hommer e Bart percebem não estar no local esperado para a retirada do Nobel e que a premiação não passava de um plano das autoridades européias para trazer Krusty à sua custódia e julgá-lo pelos crimes que cometeu nos países do velho continente. Enquanto isso, Lisa se vê em depressão ao deixar o acampamento e decide buscar os tutores que tanto a inspiraram durante sua estadia no acampamento de artes.
Ambas histórias terminam sem pé nem cabeça. O problema de Krusty com a justiça é resolvido na base da vuvuzela e o segmento de Lisa termina com a descoberta da dura realidade da vida de uma artista enquanto volta para casa.
O episódio peca por não ousar, uma vez que poderiam presentear a audiência com mais momentos Glee (não apenas, míseros, 70 segundos) e também pelo roteiro morno e desconexo.
Family Guy S09E01: And Then There Were Fewer…
Premiere da nona temporada. Expectativa muito alta devido as grandes mudanças e a evolução que a série apresentou na temporada anterior. Pois saiba que cada minuto da espera valeu a pena.
Uma homenagem aos filmes clássicos de mistério (o próprio título do episódio é uma homenagem à obra de Agatha Christie And Then There Were None), o episódio duplo de estréia desta temporada está impecável. As mudanças já começam com a abertura do show, que deixa de lado a abertura clássica em favor de uma sequência que remonta ao cinema dos anos 60.
Comentar sobre a direção artística é chover no molhado aqui. Seth MacFarlane é um gênio e pode-se notar todo o cuidado e respeito que tem ao trazer sua paixão pelo cinema e literatura para o universo de Family Guy. A direção das cenas, mais uma vez, demonstra qualidade ímpar. Diversos ângulos de câmera, closes dramáticos, cenas com visão em primeira pessoa no estilo clássico do cinema. Tudo feito com atenção e respeito pelo público.
A história começa quando os Griffins recebem um convite anônimo para um jantar em sua homenagem. Chegando ao local se deparam com outros convidados como o prefeito Adam West, o âncora Tom Tucker e o judeu Mort Goldman, além dos amigos Joe e Quagmire, e Jillian (dublada por Drew Barrymore), ex-namorada de Brian, todos alegando serem eles os homenageados.
É revelado, então, que foi James Woods (dublado pelo próprio) quem organizou o jantar e convidou a todos para redimir-se de todos os erros que havia cometido contra eles, uma vez que se tornara um cristão e necessitava do seu perdão.
Antes mesmo do jantar ser posto à mesa, um dos convidados é assassinado e começam as suspeitas sobre as reais intenções e motivações de cada um dos presentes. No desenrolar da trama mais convidados são assassinados, enquanto outros desaparecem e teorias sobre suspeitos óbvios vão caindo uma a uma.
Não quero dar spoilers aqui pois, como em todo bom filme de suspense, a graça está na descoberta e nas motivações por trás de cada crime, o que é apresentado com maestria no episódio. O roteiro está muito bem construído e o final, apesar de clichê, é muito interessante.
Se esse início de temporada for prova de tudo que vem por aí, podemos esperar grandes coisas para Family Guy. Episódio excepcional e obrigatório!
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